"Notícias do Brasil: País perde R$ 471 bilhões com produtos ilegais em 2024 — cigarro lidera contrabando"
As falsificações, contrabandos, pirataria e sonegações fiscais aumentaram o rombo econômico do País em 27% na comparação com 2023
5/22/20252 min ler


Mercado ilegal provoca rombo de R$ 471 bilhões no Brasil em 2024; cigarro lidera contrabando
O Brasil acumulou um prejuízo de R$ 471 bilhões com o avanço do mercado ilegal em 2024. O número, revelado pelo Anuário da Falsificação 2025, da Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF), representa um salto de 27% em relação ao ano anterior, segundo dados divulgados pelo Estadão. Entre os principais vilões estão a pirataria, o contrabando, a falsificação e a sonegação fiscal, que afetam setores-chave da economia nacional.
Setores mais afetados pelo mercado ilegal
As últimas notícias mostram que o setor de bebidas alcoólicas foi o mais prejudicado, com perdas que chegaram a R$ 86 bilhões. Na sequência, aparecem vestuário (R$ 51 bilhões), combustíveis (R$ 29 bilhões), material esportivo (R$ 23 bilhões), perfumaria e cosméticos (R$ 21 bilhões) e defensivos agrícolas (R$ 20,5 bilhões).
Outros setores também sofreram perdas expressivas, como medicamentos e produtos hospitalares (R$ 11,5 bilhões), autopeças (R$ 12 bilhões), materiais elétricos (R$ 11 bilhões), cigarros (R$ 10,5 bilhões), celulares (R$ 9,7 bilhões) e até alimentos como azeites, café e carnes, com R$ 6 bilhões em fraudes detectadas.
Ao todo, o prejuízo em dólares saltou de US$ 66 bilhões em 2023 para US$ 83 bilhões em 2024 — uma alta de 34%, impulsionada também pela desvalorização cambial.
Cigarros seguem como o item mais contrabandeado do País
Entre os produtos ilegais, o cigarro continua liderando o ranking das apreensões e prejuízos. De acordo com a Receita Federal, os cigarros representaram 40% do total de produtos confiscados em 2024. O contrabando do item gerou um rombo de R$ 10,5 bilhões, além de impactos significativos para a saúde pública, com aumento na demanda por tratamentos e serviços médicos.
Somente no último ano, foram apreendidos R$ 23 milhões em cigarros ilegais no Brasil. A venda clandestina de cigarros eletrônicos também cresceu de forma alarmante: as apreensões saltaram de R$ 61,8 milhões em 2023 para R$ 179,4 milhões em 2024 — um aumento de 190%. Vale lembrar que a Anvisa proíbe a comercialização desses dispositivos desde 2009.
Comércio ilegal online dispara e já representa 36% das vendas ilegais
Outro dado alarmante do relatório diz respeito ao avanço do comércio ilegal pela internet. As vendas de produtos falsificados e contrabandeados em plataformas digitais mais que triplicaram desde o período pré-pandemia, representando agora 36% das vendas ilegais no país.
O prejuízo anual estimado só com o comércio ilegal online ultrapassa os R$ 100 bilhões. Entre os itens mais vendidos estão brinquedos sem selo do Inmetro, cosméticos e medicamentos sem registro, eletrônicos falsificados, roupas de luxo piratas e bebidas adulteradas.
Reflexos na economia e na segurança pública
Essas práticas ilegais não apenas afetam a arrecadação de impostos, mas também fortalecem o crime organizado e desestabilizam setores produtivos. Para especialistas, o combate ao contrabando e à pirataria precisa ser intensificado com fiscalização mais rígida nas fronteiras, investimentos em inteligência e responsabilização de empresas que facilitam o comércio de itens ilegais, inclusive nas plataformas digitais.