Haddad afirma que governo está disposto a corrigir rumos do IOF
Segundo ministro, recuo do governo sobre a cobrança do imposto para aplicação de investimentos de fundos brasileiros no exterior visou evitar especulações
5/23/20252 min ler


O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira (23) que o governo recuou na cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre investimentos de fundos brasileiros no exterior para evitar especulações no mercado. Segundo ele, a decisão contou com a colaboração de parceiros para “corrigir rotas”, garantindo que não haja desestímulo aos investimentos internacionais.
Haddad destacou que recebeu alertas do mercado sobre possíveis problemas causados pela medida. “Não temos problema em corrigir rotas, desde que sigamos o compromisso de cumprir as metas fiscais”, declarou em entrevista antes da abertura do mercado. Ele também afirmou que a reação do mercado não foi exagerada, como ocorreu em dezembro do ano passado, e que a revisão precisou ser rápida devido à repercussão.
O ministro revelou que o pacote de medidas anunciadas na quinta-feira (22) soma cerca de R$ 50 bilhões para “fechar o ano”, mas reconheceu que o governo poderá ajustar o congelamento de recursos em cerca de R$ 2 bilhões em função do recuo no IOF. Sobre a relação com o Banco Central, Haddad afirmou que cada instituição tem seu mandato e que não revisa decisões do BC, ressaltando que mantém diálogo frequente com o presidente da autoridade monetária, Gabriel Galípolo.
Na quinta-feira, a equipe econômica anunciou a criação de uma alíquota de 3,5% do IOF para investimentos de fundos brasileiros no exterior, mas diante da forte reação negativa, o governo voltou atrás ainda na noite do mesmo dia, mantendo a alíquota zero. A mesma decisão foi tomada em relação à alíquota de 1,1% sobre remessas para investimentos de pessoas físicas.
Fontes informaram que o impacto do recuo no IOF será inferior a 10% da arrecadação prevista com as mudanças no tributo, estimada em R$ 20,5 bilhões para este ano e R$ 41 bilhões para 2026. A decisão de recuar também contou com consulta e avaliação do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, que teve papel “decisivo” na mudança de postura do governo. Na noite de quinta, houve uma reunião de emergência sobre o tema, que Haddad não participou por estar em São Paulo.