Estudo revela que usuários viciados em redes sociais são os que mais compartilham desinformação

Pesquisadores sugerem que impulsividade e desconexão emocional intensificam vulnerabilidade à desinformação entre jovens usuários

5/21/20251 min ler

Uso excessivo de redes sociais aumenta risco de acreditar e espalhar fake news, aponta estudo

O uso compulsivo de redes sociais — com comportamentos como dependência de curtidas, dificuldade de se desconectar e crises de abstinência — pode aumentar significativamente a chance de usuários acreditarem e compartilharem desinformação. A conclusão vem de um estudo inédito liderado por Dar Meshi, da Universidade Estadual de Michigan (EUA), e divulgado pelo jornal El País.

A pesquisa avaliou 189 jovens entre 18 e 26 anos, expostos a 20 postagens fictícias de redes sociais — metade contendo notícias verdadeiras e a outra, falsas. Após interagirem com os conteúdos, os participantes responderam a questionários sobre seus hábitos digitais.

Os resultados mostram que quanto maior o grau de dependência das redes, maior também a probabilidade de curtir, comentar e compartilhar conteúdos enganosos. Segundo Meshi, isso está ligado à impulsividade, comum em usuários com uso problemático das plataformas.

Embora esse tipo de comportamento ainda não seja classificado como um transtorno clínico, os pesquisadores o comparam a vícios como o jogo patológico, destacando sintomas como recaídas, abstinência e prejuízos na vida pessoal e profissional.

O estudo alerta ainda para os impactos coletivos: pessoas com uso excessivo das redes sociais contribuem significativamente para a propagação de notícias falsas. Meshi defende que empresas como Meta e Google deveriam colaborar com cientistas para desenvolver ferramentas que ajudem a reduzir esses efeitos — como algoritmos mais criteriosos e recursos de controle de impulsos.

Para os autores, o reconhecimento do uso problemático de redes como uma questão de saúde pública é fundamental para avançar em medidas de prevenção e tratamento.