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Apesar da pressão de Trump, corte agressivo de juros não se justifica, afirma CIO da XP

Em entrevista ao programa Stock Pickers, Artur Wichmann, CIO da XP, avaliou que o Federal Reserve (Fed) enfrenta hoje um dilema: manter os juros elevados apesar das pressões políticas e de mercado, ou antecipar cortes em resposta a sinais de desaceleração econômica. Segundo Wichmann, o presidente Donald Trump tem intensificado críticas ao presidente do Fed, Jerome Powell — a quem chamou de “Mr. Too Late” e “Major Loser” — por não reduzir as taxas de juros "na velocidade desejada". Para o executivo, a pressão política é apenas um dos fatores que tornam o cenário econômico global extremamente incerto. O episódio contou com a apresentação de Lucas Collazo e Henrique Esteter. Pressões políticas, mas decisão técnica Wichmann foi categórico ao comentar a posição do Fed: “Se você está sentado hoje na cadeira do Fed, está longe de ser evidente que deve cortar juros precipitadamente amanhã”. Na visão dele, a autoridade monetária precisa manter uma postura técnica, orientada por dados, sem ceder a pressões políticas — seja de Trump, seja do mercado. A ascensão do ouro e a busca por segurança A disparada do ouro, que ultrapassou 50 recordes nominais no último ano, também foi tema da conversa. Para Wichmann, o movimento reflete uma mudança estrutural na percepção de risco global. “O mundo começa a questionar: qual é o novo ativo livre de risco?”, disse, citando o enfraquecimento institucional dos EUA, a instabilidade na Europa, a estagnação japonesa e o autoritarismo chinês como fatores de incerteza. “Não há ouro ou Bitcoin suficiente para proteger todo mundo”, alertou. A crescente busca por portos seguros, impulsionada pela percepção de vulnerabilidade das grandes potências, explica a valorização do metal, embora Wichmann ressalte que o ouro não poderá, sozinho, assumir o papel de ativo de referência global. Bitcoin: sinais positivos, mas consolidação incerta O desempenho recente do Bitcoin também foi discutido. A criptomoeda se manteve resiliente, mesmo diante de quedas no S&P 500, o que, segundo Wichmann, é um indicativo promissor. “O Bitcoin está apenas 10% abaixo de sua máxima histórica e tem se descolado de outras criptos, como o Ethereum”, observou. Apesar do movimento positivo, o CIO da XP acredita que o Bitcoin ainda não se consolidou totalmente como reserva de valor. Ele aponta uma transição em curso: "Agora é a turma da reserva de valor que está reassumindo o controle do trade", disse. Ao mesmo tempo, destacou o enfraquecimento do dólar — mesmo com a alta dos yields dos Treasuries — como um sinal de mudanças importantes nas dinâmicas de risco globais.

4/26/20251 min read

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