Economistas preveem recuo total de Trump na guerra tarifária
Para Padovani, a guerra fiscal travada por Trump tem mais a ver com política do que com economia
5/22/20251 min ler


Economistas que participaram na noite de quarta-feira (21) da segunda etapa do 3º Seminário Macrolab de Conjuntura da FGV-EESP concordaram que o presidente dos EUA, Donald Trump, será forçado a recuar em todas as medidas da guerra tarifária que impôs.
Roberto Padovani, economista-chefe do Banco BV, afirmou que, apesar do alto custo no curto prazo, essa guerra tarifária é uma “grande bagunça” provocada por Trump, que já percebeu que os EUA têm mais a perder do que a China. Para ele, a disputa tem motivações mais políticas do que econômicas. Padovani destacou que a China “pensa 100 anos à frente” e tem um regime que suporta anos de turbulência, enquanto Trump, como outros populistas, tende a passar. “A China está ‘se lixando’ para Trump e os EUA”, disse.
Caio Megale, chefe do Departamento de Economia da XP Investimentos, explicou que o objetivo do governo americano era enfraquecer a China, que já vinha esfriando sua economia e exportando em grande escala. “Trump queria sufocar as exportações chinesas, mas como a China mantém relações comerciais globais, todos os países acabam sendo afetados”, afirmou.
Tatiana Pinheiro, economista da Galapagos Capital, acrescentou que a desaceleração chinesa começou em 2018 por decisão interna, e que o aumento das tarifas por Trump naquele ano encontrou um cenário em que o governo chinês já buscava reduzir a demanda. Ela destacou que, mesmo com a manutenção de algumas tarifas por Biden, principalmente no setor tecnológico, a estratégia não foi eficaz, pois a China lidera em áreas como inteligência artificial, componentes eletrônicos e veículos elétricos.
Para Tatiana, a abordagem mercantilista de Trump não funciona na atual estrutura econômica global, resultando agora em revisões para baixo do PIB e aumento da inflação.